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50 anos 25 de Abril – Ciclo de Cinema

Em celebração dos 50 anos do 25 de Abril, a Universidade Lusófona abre as portas do Cinema Fernando Lopes para o ciclo de sessões “O Trabalho do Cinema”. Confira as datas e os filmes em destaque:

📅 6 de Março

“Prazer Camaradas”, de José Filipe Costa (2021)

📅 10 de Abril

“Torre Bela”, de Thomas Harlan (1977)

📅 17 de Abril

“Linha vermelha”, de José Filipe Costa (2011)

📅 24 de Abril

“Lápis Azul”, de Rafael Antunes, Tony Costa (2013)

Não perca essa oportunidade de mergulhar nas histórias e reflexões proporcionadas por essas obras cinematográficas.

Ciclo de conferências «Outros Espaços» MAC/CCB

O ciclo de conferências «Outros Espaços», uma parceria Museu de Arte Contemporânea/ Centro Cultural de Belém com o CICANT/ECATI, apresenta-se como um lugar de diálogo plural, numa parceria que procura ligar a produção académica e científica à comunidade e proporcionar a transmissão de conhecimento.

Num ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, o tema para a programação de 2024 centra-se no pensamento das margens da liberdade em todas as suas vertentes — das artes visuais, passando pelo cinema, à arquitetura, ao conceito do político e à cultura em geral.

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O Panorama do Congo – Desenrolar o Passado através da Realidade Virtual

Em 1911, o Ministério das Colónias da Bélgica encomendou aos pintores Paul Mathieu (1872-1932) e Alfred Bastien (1873-1955) um Panorama com 115 metros de comprimento por 14 metros de altura. O objetivo era apresentar os territórios do Congo Belga aos visitantes da Exposição Internacional de Ghent, em 1913. Esta encomenda foi feita apenas cinco anos após a transição para o Estado belga dos territórios particulares do Rei Leopoldo II no Congo, conhecidos como o ‘Estado Livre do Congo’ (1877-1908). Por esta altura, o Estado Livre do Congo foi denunciado internacionalmente por atrocidades contra o povo Congolês, tais como trabalho forçado, mutilações, execuções e deslocamentos massivos. Relatórios como o de Roger Casement, diplomata Britânico de origem Irlandesa, contribuíram para este alerta. O Congo viria a tornar-se independente apenas em 1960.

O Panorama do Congo é uma grande pintura circular para ser vista a partir de uma plataforma central e proporcionar uma experiência imersiva. A pintura representa as paisagens de um ‘Éden Africano’, destacando os principais investimentos belgas em obras públicas, tais como os caminhos de ferro. O tamanho do Panorama do Congo é proporcional ao escândalo originado pelas várias denúncias da violência sobre os congoleses alguns anos antes, e que o Estado belga assim quis apagar. Por toda a sua controvérsia, o Panorama do Congo ficou esquecido nas reservas de museus durante quase um século. Profundamente conotado com a propaganda colonial, pode agora ser considerado património sensível.

Esta exposição decorre de um projeto de investigação (CONGO-VR — FilmEU RIT), que tem como objetivo fotografar e recriar o Panorama através da Realidade Virtual, trazendo-o para os debates da descolonização e do pensamento decolonial. Conscientes de que a descolonização é um processo a longo prazo, a exposição apresentará algumas das etapas deste projeto: o levantamento fotográfico desta enorme pintura; a investigação histórica e artística sobre a produção da imagem e do seu dispositivo; e uma reencenação em Realidade Virtual do Panorama do Congo que servirá de palco para debates e intervenções de artistas da diáspora congolesa, tais como Kongo Astronauts (Eléonore Hellio & Michel Ekeba), Deogracias Kihalu, Lukah Katangila, Hadassa Ngamba, Castélie Yalombo.

O MUHNAC-ULISBOA tem o prazer de apresentar esta exposição, que se enquadra no seu programa de reflexão e problematização de questões relacionadas com o património, a memória e a identidade coloniais.

Congo VR é o acrónimo do projeto de investigação ‘Decolonising the Panorama of Congo: A Virtual Heritage Artistic Research’, FILMEU_RIT – Research | Innovation | Transformation project, European Union GRANT_NUMBER: H2020-IBA-SwafS-Support-2-2020.

Curadores: Leen Engelen, Victor Flores, Linda King, Ana David Mendes.