universidade lusófona
  • Início
  • V Ciclo de Conferências Internacionais ECATI/MCB

V Ciclo de Conferências Internacionais ECATI/MCB – 2015: «Arte, história e pensamento»

Numa das suas entrevistas, o artista visual alemão Gerhard Richter, fazia a seguinte afirmação, comparando o acto de pintar com o acto de pensar: «pintar não tem nada a ver com o pensar, porque no pintar o pensar é pintar». Søren Kierkegaard havia pensado esta relação do criar com o pensar a partir da noção de paciência, palavra que carrega a noção de tempo, que evoca o tempo como um acto de protelação, como um acto prorrogação voluntária, mas não de postergar. Entre o fazer criador e o pensar está inerente o tempo e este adquire solidez para a cultura na História. Arte, história e pensamento estão sempre unidos. Mas essa união é hoje cada vez mais problemática.

Rotas em colisão? Reconstruindo gestos de combate político num mundo globalizado

Cláudia Álvares – 18 de Junho

Resumo: Procura-se aqui reflectir sobre o tropo visual do ‘punho cerrado’, recorrente num imaginário de combate político de esquerda na modernidade ocidental, interpretando-o de uma forma não-linear e fragmentada, tal como Walter Benjamin ou Aby Warburg recomendariam. Ao declarar que o ‘historicismo’ se contenta ‘em estabelecer um laço causal entre os diversos momentos da história’ (1940: 169), Benjamin propõe uma concepção de temporalidade não linear que privilegia o instante e o fragmento.

A amnésia das imagens no tempo do presente eterno

Maria João Gamito – 28 de Maio

Resumo: No seu estado de vigília paradoxal, nos termos em que a definiu Paul Virilio, o mundo contemporâneo vive o tempo de uma luz perpétua, uma luz sem noite que, privada dos seus ciclos, a si própria se ilumina. A este tempo, a si mesmo idêntico, corresponde, em termos espaciais, a negação do lugar: o não lugar caracterizado por Marc Augé como lugar paradoxalmente subtraído às qualidades antropológicas que a designação implica.