universidade lusófona

O fim da arte irónica

Domingo Hernández Sánchez

Quarta-feira, dia 16 de Setembro de 2015 18h no Auditório do Museu Colecção Berardo

Resumo

Em 1981 o pintor e crítico de arte Thomas Lawson afirmava que «já não se pode caracterizar facilmente a ironia como uma forma de libertação que em ocasiões é inclusive um instrumento para a repressão e no âmbito da arte um modelo que muito frequentemente é sinónimo de maneirismos».

Uma década depois, em 1993, o romancista David Foster Wallace falava da «perniciosa que se tornou a ironia pós-moderna», enquanto em 2002, o poeta e ensaísta Adam Zagajewsqui insistia em que  «a ironia abre no muros brechas muito proveitosas, mas se não houvesse nenhum muro, teria que sobressair o nada».

São somente três exemplos, mas suficientemente representativos de uma ideia generalizada: o fracasso da categoria estética da ironia depois do seu êxito no já longínquo pós-modernismo.

Tal fracasso parece representar uma versão actualizada das críticas hegelianas à teoria romântica da ironia, já que Hegel entendia que o excesso de subjectivismo irónico discorria em paralelo com o fim da arte.

Diante deste contexto, esta conferência tem um objectivo explícito: mostrar as causas do fracasso da ironia, as causas do fim da arte irónica para, de seguida, explorar as suas consequências no âmbito do contemporâneo.

Nota Biográfica

DOMINGO HERNÁNDEZ SÁNCHEZ é Professor Associado com Agregação em Estética e Teoria das Artes na Faculdade de Filosofia da Universidade de Salamanca.

Dirigiu o Mestrado em Estudios Avanzados en Filosofía do Programa de Doctorado en Filosofía.

É autor dos seguintes livros: Estética de la limitación (2000), La ironía estética.

Estética romántica y arte moderno (2002) y La comedia de lo sublime (2009, traduzida para português pela Vega em 2012).

Traduziu Filosofia da arte ou estética.

Verão de 1826, de G.F.W. Hegel (2006), tendo sido editor de Articulaciones.

Perspectivas actuales de arte y estética (2001), Estéticas del arte contemporáneo (2002) e Arte, cuerpo, tecnología (2003).

São suas as edições críticas de El tema de nuestro tiempo (2002), La rebelión de las masas (2003), Hegel. Notas de trabajo (2007) e En torno a Galileo (2012), de José Ortega y Gasset.