universidade lusófona

Transparência e Democracia

Terça-feira, 10 de Abril de 2016 18 horas Auditório do Museu Colecção Berardo

Conferencista: António Bento

Título: Transparência e Democracia

Bio

António Bento é doutor pela Universidade da Beira Interior (UBI) onde é actualmente director do curso de Mestrado de Ciência Política.

A sua investigação centra-se nas áreas da Filosofia Política, Teologia Política, Comunicação Política e Estudos Judaicos. Na UBI integra como investigador o Labcom.IFP e o Centro de Estudos Judaicos. É investigador no Projecto «Religión y Sociedad Civil» do Instituto Cultura y Sociedad da Universidad de Navarra.

É membro da «Rede Internacional de Estudos Schmittianos» (RIES).

Publicou vários artigos em revistas científicas nacionais e internacionais e em obras colectivas nacionais e internacionais. No âmbito da teoria política e filosofia política, organizou e editou (com Rui Bertrand Romão) Guerra, Filosofia e Política (Covilhã, UBI, 2008). Mais recentemente, organizou e editou Maquiavel e o Maquiavelismo (Almedina, Coimbra, 2012) e Razão de Estado e Democracia (Almedina, Coimbra, 2012). Organizou e editou (com José Rosa) Revisiting Spinoza’s Theological-Political Treatise, Georg Olms Verlag, Hildesheim – Zürich – New York, 2013.

Resumo da Conferência
Transparência e Democracia

Por que razão a «transparência» se apresenta como um dos problemas fundamentais, e mesmo como um sinal de identidade, quiçá obsessivo, do nosso tempo?

Julgamos saber que as tecnologias da informação e comunicação possibilitam hoje uma vigilância democrática que seria impensável há poucas décadas atrás, quando as condições de acesso à informação eram marcadas por profundas assimetrias e desigualdades.

Como sociedades de observação intensa e permanente que pretendem ser, as nossas sociedades contemporâneas movem-se por imperativos de vigilância que aspiram a instituir um controlo e um escrutínio democráticos permanentes e sem falhas.

Nestas condições, a observação social dos actos de poder apresenta-se como o instrumento por excelência do controlo cívico e da regeneração das virtudes democráticas.

Não deve por isso espantar-nos que o conceito de «transparência», e com este, o princípio correlato da «publicidade», sobredeterminem hoje praticamente todos os âmbitos da vida pública.

O primado absoluto do princípio político da «transparência» nas nossas sociedades explica-se de diferentes modos.

A presente conferência aspira a apresentar esses modos e a equacionar alguns dos principais problemas que a «transparência» coloca ao exercício da democracia nas sociedades contemporâneas.