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Instalação de Docente de Animação no Centro de Interpretação da Cultura Sefardita do Nordeste Transmontano

O professor Pedro Serrazina, docente nos cursos de Animação Digital (1º ciclo) e Artes da Animação (2º ciclo) tem uma instalação no Centro de Interpretação da Cultura Sefardita do Nordeste Transmontano inaugurado esta segunda-feira em Bragança. A instalação é uma projecção de imagem animada feita com a técnica de animação de areia, e aborda o tema do cripto-judaísmo.

A animação em loop tem como pressuposto base o recurso à imagética e lado simbólico da “areia” que na cultura Sefardita está conectada com o “chão” e com o “abafar do som”. A sonoplastia recorre às “Orações” de Cristãos-Novos nos cárceres. O tema da intolerância e do olhar do “outro” é crucial na exposição e, tendo em conta os tempos que vivemos, extremamente actual. A animação pretende reforçar a ideia de clandestinidade e intrusão no quotidiano dos cripto-judeus, obrigados a viver uma vida dupla, sob o temor constante da denúncia.

Carregue aqui para visualizar o projecto.

[CONVITE] Instalação: A Voz Humana

[CONVITE] Instalação: A Voz Humana Um projecto de Raquel Castro e Carlos Pimenta a partir do espectáculo do Ensemble “A Voz Humana” de Jean Cocteau, prolonga-se até Domingo, 5 de Março.

O Finissage da mesma irá decorrer dia 4 de Março às 18H, em conversa com José Bragança de Miranda sobre o tema.

Localização: Galeria Graça Brandão || Rua dos Caetanos, 26 Bairro Alto Lisboa
 

Do impulso Arquivial

18 de Janeiro, Quarta-feira, 18:00h

Auditório da Colecção Museu Berardo

 

*José Bragança de Miranda: «Anarquivo»

Mallarmé num denso texto fala de uma “tempestade na biblioteca”. A situação é clara: milhares de capas e títulos que se ladeiam, se atropelam  deslizam uns sobe os outros,  e deslizam, provocando um choque. Entra em crise a velha Lei do mundo, esse arquivo perfeito de Deus, ao mesmo tempo que se constitui a nova lei do arquivo moderno, positiva, administradora, gestora. Potente, mas sem força, enquanto que a antiga tinha força mas era ou foi impotente, historicamente. O que se revela na época actual é uma nova capacidade anarquivística, um vazio que se joga nos silêncios e limites dos arquivo. Não se apercebe esse silêncio sem  uma atenção à tempestade que se desencadeia no seu espaço atmosférico. E, neste, sobrevêm as condições para outras formas da vida, enunciadas alusivamente na biblioteca fantástica de Foucault ou de Borges.

 

*Victor del Rio: «O arquivo: o subjectivo do meio»

Sobre a focagem de uma sobre-exploração do conceito de arquivo na reflexão filosófica contemporânea, que afecta as disciplinas criativas desde a arte contemporânea à comunicação audiovisual, faremos o enfoque, nesta apresentação, a partir de duas dimensões complementares. Por um lado, desde a perspectiva da devoração de uns meios sobre outros, sob aquilo que se denominou “condição pós-media”, uma etiqueta ainda pendente de definição. Por outro lado, desde a experiência subjectiva da acção arquivadora, como procura destinada ao fracasso do “assento registante” para os fragmentos biográficos. O objecto paradoxal desta relação será a proposta para o debate a realizar neste encontro.

 

*José Gomes Pinto: «Arquivo: uma teologia democratizada e tecnificada»

Há uma nova ordem instalada na contemporaneidade e que se prende com um problema temporal, onde o tempo cronológico não se separa do tempo histórico, onde as res gestae são concomitantes às res narratae, onde o dizer –que descreve e guarda− se não se distingue do acontecimento, do fazer-se no presente, real. O arquivo, enquanto dispositivo e enquanto princípio, dita assim uma forma absoluta e aparece como um absoluto técnico mas, e ao mesmo tempo, com um acesso hoje generalizado, aparentemente democratizante. A constituição do arquivo, por outro lado, está sempre dependente da dispositivos técnicos e estes são sempre os responsáveis pela constituição da História e todos os media da história são media de transmissão, difusão e armazenagem. Assim sendo, a constituição do arquivo hoje parece estar a assumir um papel absoluto: não permite quaisquer relações com o seu exterior. Só dentro dele as relações são possíveis e todas as relações são estabelecidas nele. Esse carácter absoluto aparece como uma nova forma de teologia que, como afirma Boris Groys, surge agora como democratizada e tecnificada. Será sobre o carácter absoluto do arquivo que lançaremos os problemas para a discussão.